Para CORIOLANO (2003)
O desenvolvimento, para ser definido como social, precisa estar voltado às necessidades humanas, tornar as pessoas auto-independentes e habilitadas para o trabalho e para a vida comunitária. Implica o desenvolvimento dos indivíduos como pessoas e como grupo, organizados como sociedade civil para se tornarem protagonistas de seu desenvolvimento e do desenvolvimento de seu lugar.
Os problemas ambientais e a análise da destruição ou da proteção dos recursos naturais fizeram com que se percebesse a existência de comunidades que são capazes de utilizar e conservar estes recursos ao mesmo tempo. Segundo GUIMARÃES [s.d] “já há um reconhecimento generalizado no mundo sobre a seriedade dos problemas ambientais que nos afetam na atualidade. Certamente esse reconhecimento pode ser considerado um avanço se comparado ao de trinta ou quarenta anos atrás, quando estes eram desconsiderados pela opinião pública.”
Para o autor a “interveção antrópica que degrada o meio ambiente não é uma condição inata dos seres humanos, mas o resultado das relações sociais constituídas e constituintes de um meio de produção, promotor de um modelo de desenvolvimento, que imprime uma forma de relação entre sociedade e natureza”.
As chamadas populações tradicionais são entendidas como as comunidades que vivem a várias gerações em um determinado ecossistema em estreita dependência do meio natural para sua subsistência, e que utilizam os recursos naturais de forma sustentável.
O conceito de população tradicional é mais abrangente, atingindo comunidades que não vivem do extrativismo como, por exemplo, os artesãos e artistas que perpetuam a cultura. O tradicional encerra valores que podem perpetuar, mas não são sinônimos de populações atrasadas ou refratárias ao progresso ou a modernização, pois uma população tradicional tem principal característica sua relação com ao meio ambiente.
A Constituição Federal diz que os Povos e Comunidades de Culturas Tradicionais são grupos que possuem culturas diferentes da cultura predominante na sociedade e se reconhecem como tal. Estes grupos devem se organizar de forma distinta, ocupar e usar territórios e recursos naturais para manter sua cultura, tanto no que diz respeito à organização social, quanto à religião à economia e à ancestralidade. A utilização dos recursos naturais deve ser feita através de conhecimentos, inovações e práticas que foram criados dentro deles próprios e transmitido oralmente e na prática cotidiana pela tradição.
BIBLIOGRAFIA
CORIOLANO, L. N., LIMA, Luiz Cruz (Orgs). Turismo Comunitário e Responsabilidade Socioambiental. Fortaleza: EDUECE, 2003.
GUIMARÃES, M. Armadilha Paradigmática na educação ambiental. In: Loureiro, C.F. Pensamento complexo, dialética e educação ambiental. São Paulo: Cortez Editora, [s.d].
PINTO, W. Ciência e tradição se unem em Jararaca: Pesquisa e extensão atuam juntas em projeto, em comunidade em Bragança. Jornal Beira do Rio nº 60, abril de 2008. disponível emhttp://www.ufpa.br/beiradorio/arquivo/beira60/noticias/rep7.html